Como definir, de forma sistematizada, políticas destinadas a garantir a redução de ameaças à capacidade produtiva de uma empresa? A gestão de riscos é a resposta para esse dilema, uma vez que ela também se ocupa da redução de desperdícios e da busca de novas oportunidades de negócio.

Neste post, falaremos mais sobre o conceito, as formas de implementar essa metodologia na empresa e qual é o papel da tecnologia nesse tem. Além disso, saberemos mais sobre a ligação entre a gestão de riscos e o gerenciamento de dados dentro do negócio. Boa leitura!

O que é a gestão de riscos?

Trata-se de um conjunto de processos, aplicados em toda a empresa, para identificar eventos em potencial. E o que são esses eventos? São todas as situações que podem afetar a organização. Desse modo, eles podem ser tanto riscos como oportunidades.

Como a maioria das empresas conta com a tecnologia para otimizar os seus processos, a gestão de riscos também passa diretamente por esse campo. Nesse sentido, as empresas devem resguardar seus dados para manter as suas operações em sigilo e também para proteger informações dos clientes.

Há um erro recorrente na definição do conceito: a gestão de riscos não trata apenas das ameaças à empresa, mas também das oportunidades que surgem para os gestores e que não devem ser desperdiçadas. Isso pode ser exemplificado pela aquisição de um novo software, a contratação de consultores ou até mesmo a criação de planos de contingência.

Qual a importância da gestão de riscos?

A gestão de riscos é imprescindível para que os gestores consigam direcionar e controlar as inúmeras incertezas que fazem parte das operações de uma empresa. Uma das suas principais características é a proteção do ambiente interno do negócio, sempre buscando agregar valor às atividades.

Além disso, uma política de gestão de riscos apoia a tomada de decisão, uma vez que o planejamento considera os cenários futuros. Dessa forma, os gestores conseguirão enfrentar as incertezas e lidar com diferentes cenários.

O gerenciamento de riscos também melhora a capacidade da empresa de reagir às mudanças dentro do mercado. Isso porque ela facilita a identificação ágil tanto das oportunidades como das ameaças ao negócio. Como se não bastasse, ela também preza pela conformidade legal, o que ajuda a empresa a combater multas e sanções financeiras em geral.

Por fim, o gerenciamento de riscos busca prevenir perdas, gerenciar incidentes e elevar a eficiência operacional. Com uma boa conscientização dos colaboradores, a tendência é que a redução dos desperdícios e o combate a processos falhos se torne parte fundamental da cultura organizacional do empreendimento.

Quais são os principais riscos em uma empresa?

Agora, mostraremos algumas das principais ameaças que rondam o ambiente corporativo.

Vazamento de dados

As empresas armazenam informações sobre os seus clientes, como endereços, meios de contato e até mesmo dados de pagamento. Dessa forma, é indispensável adotar uma política de segurança que resguarde essas informações.

Além disso, os dados da própria empresa podem ser expostos por meio de ciberataques. Um exemplo é o temido ransomware, no qual o hacker sequestra informações e exige um resgate para devolvê-las. Portanto, uma política de gestão de riscos deve lidar com essa possibilidade.

Vulnerabilidades na segurança da informação

Os ciberataques só ocorrem quando os hackers descobrem vulnerabilidades na segurança da informação da empresa e exploram essa brecha. Desse modo, é imprescindível que a empresa busque meios de proteger a sua rede corporativa e a integridade da infraestrutura de TI.

Isso pode ser feito por meio do treinamento e capacitação dos colaboradores. Além disso, outra boa ideia é combinar esse know-how com a ajuda de especialistas no assunto.

Uso indevido de dados dos clientes

Aqueles colaboradores que têm acesso direto aos dados dos clientes devem ter todo o conhecimento necessário para lidar com essas informações. Suponhamos que um desses funcionários esteja trabalhando em home office — mas utilizando um computador que ele divide com outras pessoas.

Desse modo, mesmo que o colaborador não tenha más intenções, esse comportamento pode disponibilizar informações dos clientes para pessoas não autorizadas.

Má alocação dos recursos

A gestão de riscos não se limita exclusivamente à utilização da tecnologia, uma vez que ela também pode ser definida como uma reorganização da empresa para lidar com as ameaças ao bom funcionamento dos processos internos.

Portanto, as diretrizes devem considerar formas de alocar os recursos de forma mais eficiente. Isso envolve a redução de desperdícios e combater a inatividade. Para conseguir isso, adotar a Internet das Coisas do negócio é uma boa ideia, já que ela proporciona o rastreio dos ativos, possibilitando ao gestor se antecipar a falhas.

Como fazer uma gestão de riscos eficaz?

Estabelecer metas adequadas

Todo o processo de gestão de riscos está ligado às medidas para identificar e combater ameaças às rotinas produtivas da empresa. Assim, também faz parte desse gerenciamento a definição de metas adequadas, de acordo com as particularidades do negócio.

Cabe aos gestores adotar essas diretrizes nos processos. Alguns alinhamentos que podem ser feitos para facilitar a implementação das políticas:

  • combate efetivo aos problemas operacionais;
  • prevenção de sequestros de informação e outros ataques virtuais;
  • manutenção da infraestrutura de TI;
  • contar com consultoria especializada e soluções digitais adequadas ao perfil do negócio.

Como a maioria das empresas conta com a utilização de tecnologia para conduzir seus processos, nada melhor do que proteger seus sistemas. Portanto, a definição de metas de gestão de riscos deve passar também pela proteção à rede corporativa e à infraestrutura de TI.

Adotar boas práticas de segurança

Investir em boas práticas de gestão de riscos exige que certas rotinas sejam adotadas para evitar falhas críticas. Assim, é fundamental implementar e também divulgar boas práticas de uso das tecnologias, por exemplo, conscientizando todos os setores.

Suponhamos que a empresa queira melhorar a proteção dos seus dados digitais. Para que esse objetivo seja atingido, será preciso contar com os colaboradores que têm acesso aos computadores e tecnologias da empresa. Nesse sentido, otimizar essa rotina envolve ações objetivos de proteção. Podemos destacar algumas delas:

  • definir acesso ao sistema por meio de login e senha;
  • utilização de senhas não tão óbvias, que envolvam números e letras. Isso é especialmente importante para os colaboradores que tenham um acesso mais amplo do sistema;
  • estabelecer critérios e níveis de acesso de forma bem ponderada. O desafio, aqui, é garantir proteção, mas sem comprometer a agilidade nos processos;
  • evitar acesso irrestrito a qualquer tipo de conteúdo na internet;
  • realizar apresentações e palestras com o objetivo de conscientizar os colaboradores sobre as boas práticas e informá-los sobre as normas de manutenção dos equipamentos de TI da companhia;
  • definir relatórios e métricas que possibilitem a avaliação dos processos de gestão de riscos relacionados aos dados digitais.

É importante lembrar que grande parte dos ataques à estrutura digital de uma empresa ocorre por meio de uma interação direta com um usuário para atingir o sistema. Assim, os ciberataques, que colocam em risco os dados internos da companhia, só acontecem por conta de ações equivocadas das pessoas que têm acesso ao sistema.

Por isso, é imprescindível que os colaboradores sejam devidamente instruídos para analisar e identificar páginas e conteúdos maliciosos na internet. Uma boa ideia para garantir isso é contar com consultores externos na área da tecnologia, que poderão oferecer todo o treinamento necessário para que o uso do meio digital seja o mais seguro possível.

Proteger os dados

O backup dos dados proporciona um ambiente mais seguro para as informações digitalizadas da empresa. Além disso, ele possibilita uma defesa mais sólida na hora de enfrentar falhas de software e hardware. Caso os equipamentos sejam danificados, é o backup na nuvem, por exemplo, que possibilitará o devido resguardo das informações cruciais do negócio.

Além disso, devemos destacar que o ambiente em nuvem precisa estar devidamente protegido por recursos que garantam a proteção das informações contra adulterações, cópia ou até mesmo perda dos dados. Isso passa por operações como ações como os backups automatizados e mapeamento do acesso de cada arquivo.

Desse modo, será possível estabelecer uma lista de usuários que acessaram determinados arquivos, assim como definir a data daquela interação, o horário e até mesmo o IP de origem. Uma ótima ideia é combinar backups com recursos de acompanhamento de incidentes críticos por meio do Big Data — ferramenta dedicada a analisar padrões.

Para garantir o resguardo dos dados mais importantes da empresa, é importante começar com a avaliação adequada sobre quais são os registros digitais que devem ser priorizados na hora de realizar as cópias. Cabe aos gestores verificar quais são as informações cruciais.

Uma dica é conferir quais são as informações que são acessadas (e também modificadas) com uma frequência maior. Assim, a gestão de riscos deve se concentrar nesses dados, que são imprescindíveis para as operações da empresa.

O salvamento por meio de dispositivos como pendrives ou discos rígidos externos deve ser utilizado somente em um último caso, uma vez que podem se extraviar facilmente. Tecnologias como o armazenamento na nuvem são mais práticas e seguras na hora de realizar a gestão de riscos das informações digitalizadas da empresa.

Realizar inventários

É uma ótima medida utilizar inventários para mapear os ativos que compõem a infraestrutura da empresa. Nesse relatório, é importante incluir dispositivos IoT, tal como os softwares e hardwares que a companhia utiliza em seu dia a dia. Essa etapa facilitará a realização da gestão de riscos e o controle dos ativos.

Com o inventário, os gestores conseguirão se informar melhor sobre a necessidade de atualizações na infraestrutura e sobre a necessidade de manutenções. Um exemplo de melhoria é a capacidade de monitorar de perto a vida útil dos ativos — e evitar falhas e paralisações nas operações.

Monitorar a infraestrutura de TI

Como vimos até aqui, uma política de gestão de riscos passa, necessariamente, pela segurança da informação. Afinal, a maioria das empresas conta com equipamentos de TI e uma rede corporativa própria. Desse modo, é importante acompanhar os sistemas de perto.

A partir desse monitoramento, a instituição conseguirá mapear de forma mais precisa as brechas na segurança digital do negócio e cumprir à risca uma conduta de gestão de riscos adequada. Para realizar esse acompanhamento de forma otimizada, as empresas podem contratar consultores especializados, sobre os quais falaremos mais adiante no artigo.

Quais erros de gestão de riscos devem ser evitados?

O que costuma dar errado em uma política de gestão de riscos? Vamos entender.

Não estabelecer políticas de segurança da informação

É necessário adotar boas medidas para evitar infiltrações, assim como treinar e conscientizar os colaboradores sobre as formas mais seguras de usar os equipamentos. Esse último conselho vale tanto para a infraestrutura de TI como para os ativos em geral da companhia.

Negligenciar a LGPD

A Lei Geral de Proteção de Dados já está em vigor e prevê sanções pesadas para empresas que descumpram suas normas. Por isso, é fundamental contar uma política dedicada ao tema, até mesmo como uma forma de proteger os dados íntimos dos clientes.

Negligenciar a LGPD pode resultar em duas ocorrências extremamente prejudiciais para a empresa: sanções financeiras e o vazamento de informações.

Deixar de realizar a manutenção preditiva

A manutenção preditiva é a modalidade que estabelece o monitoramento das condições de um ativo. Ela é fundamental para garantir que os equipamentos da linha de produção estejam em boas condições — e ainda eleva a vida útil dessas peças.

Uma gestão de riscos passa pelo acompanhamento dos ativos da empresa, já que esse trabalho eleva o nível da infraestrutura da organização, aumentando a produtividade geral, e ainda garante um ambiente mais seguro para os funcionários.

Descuidar da segurança na nuvem

A computação em nuvem rapidamente se estabeleceu como uma das principais tecnologias dentro de empresas de diferentes segmentos. Afinal, por meio dela, é possível compartilhar arquivos, facilitar o acesso remoto e guardar informações sem precisar de dispositivos físicos.

Contudo, muitos gestores acabam dispensando camadas adicionais de proteção e segurança na nuvem, como hierarquia de permissões, criptografia avançada e até mesmo a implementação de um Security Operations Center (SOC), com monitoramento de ambiente baseado em inteligência Artificial.

Quais as principais formas de implementar a gestão de riscos?

Agora, conheceremos as funções que não devem ser negligenciadas para uma política eficiente de gestão de riscos.

Rastreamento de ativos

Rastrear os ativos une o melhor de dois mundos: a possibilidade de elevar a vida útil e ainda se antecipar às falhas. Portanto, buscar parceiros especializados para implementar essa agenda é fundamental.

Cibersegurança

Sua empresa deve ter defesas sólidas contra invasões de hackers e também agregar práticas seguras na manipulação de dados — o que pode ser feito com treinamentos internos com os colaboradores.

Além disso, é fundamental adotar soluções tecnológicas que sejam frequentemente atualizadas e que ofereçam proteção efetiva contra vírus e tentativas de sequestro de dados.

Compliance

Uma política de compliance pode ser definida como um conjunto de medidas destinadas a cumprir as leis e os padrões éticos dentro de uma empresa. Dessa forma, as boas práticas se tornam rotineiras e normas de controle efetivas fazem com que a organização consiga se alinhar aos padrões de qualidade do mercado.

Podemos dizer que o compliance complementa a política de gestão de riscos, uma vez que ambos são efetivos para evitar ameaças. Ele é estruturado a partir de práticas que têm como principal objetivo atender às boas práticas de gerenciamento, o que faz com que o negócio se mantenha em conformidade com padrões éticos de conduta e com as legislações aplicáveis à empresa.

Hoje, o compliance está diretamente ligado às políticas de gestão de dados e de governança de TI. Diante da importância da tecnologia da informação em diferentes negócios, uma política eficiente de governança evita que a empresa fique desalinhada com as normas locais de uso de dados.

Além disso, adotar uma infraestrutura de TI de alto nível auxilia os profissionais de compliance a terem uma visão mais abrangente das rotinas e do comportamento das equipes.

Consultoria

Depois de tudo que vimos neste post, fica mais fácil entender que políticas de gestão de riscos e a implementação do compliance são tarefas complexas, que levam diversas variáveis em consideração. Isso é ainda mais evidente quando pensamos na necessidade de lidar com a infraestrutura de TI de uma forma segura e precisa.

Para implementar a gestão de riscos, sua empresa precisará de profissionais que entendam de análise de dados e tenham expertise sobre as legislações que influenciam o gerenciamento de dados. A capacidade de predizer cenários é outra habilidade essencial: desse modo, uma medida eficiente é contar com o apoio de consultores especializados no tema.

Isso porque esses profissionais conseguem ter expertise sobre o tema, assim como a experiência necessária para levantar estratégias adequadas para atender às demandas. Esse apoio de parceiros também ajuda na hora de identificar as tecnologias ideais para realizar o monitoramento, aplicar técnicas de analytics e gerenciar os possíveis perigos.

Por fim, contar com consultores é uma forma de garantir que a equipe interna não seja sobrecarregada, assim como elevar o nível de segurança geral do empreendimento. Esse time externo também pode oferecer treinamento específico para eliminar dúvidas e conscientizar os colaboradores.

Como vimos no artigo, a gestão de riscos é um conjunto amplo de iniciativas para otimizar a rotina produtiva de uma empresa e ainda mantê-la livre de ameaças. Com o papel fundamental da tecnologia nos empreendimentos, ela também está diretamente ligada ao gerenciamento de dados, à adoção de novas tecnologias e à manipulação segura das informações do negócio.

Gostou do post e se interessou pela possibilidade de contar com profissionais para implementar a gestão de riscos em sua empresa? Então, entre em contato conosco!