A administração da continuidade de um negócio e da segurança da informação nos tempos de transformação digital passa, obrigatoriamente, por gestão de riscos e compliance. Essas duas preocupações são cruciais para que as companhias se mantenham modernas, estáveis e saudáveis no mercado, com um alinhamento interno ajustado às melhores práticas de proteção.
Esses conceitos são similares e, por isso, podem ser confundidos. Nesse sentido, o ideal é aprender o que cada um implica e entender como trabalham juntos. Além disso, para garantir essa estabilidade e proteção de todas as camadas, a empresa precisa saber como obter ajuda externa e a importância disso.
Se quiser conhecer o assunto a fundo, acompanhe todos os tópicos que desenvolveremos a seguir.
O que é gestão de riscos e compliance?
Vamos começar esclarecendo as definições. A gestão de riscos é uma reorganização da empresa para lidar com as incertezas e ameaças ao desenvolvimento dos projetos e processos internos. Ou seja, é uma forma de alocar os recursos eficientemente, considerando os principais perigos que podem interromper as atividades e gerar prejuízos.
A gestão começa com a identificação desses imprevistos, o que faz com que a companhia perceba quais são os perigos específicos para cada contexto. Eles podem ser ambientais, físicos, financeiros, digitais e, até mesmo, causados pelas pessoas que trabalham no ambiente.
Então, o gerenciamento segue para a fase de avaliação dessas ameaças, com a determinação do nível de impacto de cada uma. Desse modo, é possível separar os riscos e classificá-los de acordo com o grau de consequência que eles geram. Afinal, eles não são todos iguais e não devem ser tratados assim.
A partir disso, a equipe interna consegue definir ações de contingência para cada um dos perigos, com a definição de prioridade para os problemas maiores. Dessa forma, todos estarão preparados para uma eventualidade.
Assim, essa administração é uma forma de equilibrar as metas com os perigos que se contrapõem a elas. Com esse gerenciamento preventivo, os times conseguem manter a produtividade ao mitigar esses fatores externos ou internos e executar planos de resposta quando eles surgem.
Compliance
Compliance (ou conformidade), por sua vez, é a adaptação a leis e normas preestabelecidas. A empresa se ajusta para obedecer às prescrições e administra todos os sistemas e métodos para garantir essa conformidade. O objetivo é prevenir multas, indenizações e problemas com os órgãos fiscalizadores.
É importante frisar que conformidade também compreende obediência a regras internas. Dessa forma, trata-se de uma maneira de padronizar processos, em busca de alinhamento com as normas. Com o compliance, as companhias conseguem combater fraudes, corrupção, inconsistências nas políticas e vulnerabilidades de segurança.
A grande vantagem é estabelecer clareza e transparência para os stakeholders. Dessa forma, a organização se torna mais valiosa e eficiente para seus clientes, consegue melhores acordos e parcerias com pessoas interessadas, bem como uma melhor credibilidade no mercado.
O compliance é estruturado em três principais etapas: prevenção, detecção e correção. A primeira fase trata das ações preventivas, que buscam preparar para os riscos de falta de conformidade.
Também define a criação de planos e políticas para facilitar o processo. A detecção foca identificar brechas e problemas ainda existentes, ao passo que a correção é a aplicação das punições e ajustes para combater a falta de alinhamento.
Quais os desafios da gestão de compliance?
Quando falamos em compliance, é interessante explorar os principais desafios dessa prática nas empresas. Um deles é a falta de visibilidade. Muitos gestores não conseguem ter uma visão ampla e controle sobre o uso de sistemas, as práticas dos colaboradores, bem como a própria segurança da informação como um todo.
Isso também inclui shadow IT e a falta de controle sobre os ativos. Essa falta de clareza prejudica o controle e afeta o alinhamento da organização.
Outra questão é a falta de integração de dados e dos sistemas. Algumas companhias ainda trabalham com sistemas em silos, com setores que funcionam isoladamente e pouco se comunicam entre si. Dessa forma, é difícil conseguir agilidade com um trabalho conjunto, bem como uma visão que facilite o compliance.
É mais complicado conseguir um alinhamento quando cada setor trabalha com suas regras. Esse isolamento gera um gargalo de comunicação, que se torna um entrave para a conformidade.
A falta de apoio cultural é outro fator que merece menção. Ou seja, para que uma empresa aplique uma política de compliance e consiga bons resultados, é preciso reorganizar a cultura e a forma como as operações são executadas, bem como a mentalidade de todos.
Considerando as leis de segurança de informação como um exemplo, percebemos isso. Se os membros e as equipes não trabalham com uma cultura voltada para a proteção de dados e controle da privacidade, será ainda mais difícil obedecer às normas que tratam do assunto. Será um desafio para a gestão garantir esse alinhamento necessário para que a conformidade aconteça.
Da mesma forma, a falta de treinamento dos membros sobre as leis também prejudica o compliance. Se as equipes não dominam os princípios das prescrições e não sabem como aplicá-las, o esforço de adaptação enfrentará dificuldades maiores. É necessário lidar com esse desafio utilizando comunicação e planos claros de adaptação.
Quais as diferenças entre gestão de riscos e compliance?
Para avançar na compreensão da relação entre controle de riscos e compliance, vamos examinar as diferenças entre os conceitos. Uma delas é que a gestão de riscos é um trabalho estritamente preventivo.
Ou seja, é um conjunto de ações que busca tratar ameaças antes que elas aconteçam, de modo a preparar a empresa para as situações de contingência. É diferente de uma abordagem corretiva, que apenas se preocupa com os perigos quando eles surgem.
Essa proatividade se diferencia também de compliance, que é uma estratégia mais prescritiva. Assim, o foco é obedecer às normas e leis já determinadas. Enquanto a gestão de riscos trabalha diretamente com a prevenção de ameaças como um fim, o compliance lida com essa prevenção como um meio para alcançar a adaptação às normas.
Além disso, no trabalho com o gerenciamento dos perigos possíveis, há um claro esforço de definição e detalhamento das ameaças, com suas implicações e características. Por outro lado, na administração de conformidade, a visão sobre os problemas é mais geral, com uma atenção equilibrada com o foco nas prescrições estabelecidas por órgãos superiores.
Por que alinhar a gestão de riscos ao compliance?
Apesar das diferenças, é possível e vantajoso unir a gestão de riscos ao compliance. Na verdade, o gerenciamento dos perigos pode ser uma das etapas da adaptação de conformidade, o que gera melhores resultados.
Ao controlar os riscos sob um viés mais preventivo, as empresas conseguem enfrentar melhor os desafios da conformidade e garantir eficiência. Por exemplo, é possível obter maior visibilidade sobre as ameaças e sobre o uso dos sistemas internamente, o que ajuda a agilizar o processo de adaptação a normas.
A companhia pode, ainda, unir as duas abordagens ao aplicar uma gestão da falta de compliance, e ao estudar, identificar, avaliar e monitorar as brechas na adequação a leis. Torna-se viável, também, utilizar uma estratégia orientada aos dados, de modo a analisar e obter insights sobre a aplicação das medidas de conformidade.
Afinal, como já vimos, o gerenciamento dos riscos permite entender o impacto, a frequência e a probabilidade de uma ameaça. Quando aplicado com o compliance, a liderança garante uma visão completa e proativa acerca de erros de conformidade.
Esse controle das brechas é essencial para tornar o processo mais transparente e fácil de acompanhar. Assim, o compliance consegue alinhar todos os membros e se torna uma missão de todos os envolvidos para otimizar a adaptação ao mercado e às melhores práticas.
Para os gestores, o controle interno, associado à governança de SI (segurança da informação), à conformidade e à gestão de ameaças, é crucial para impulsionar a proteção de dados e manter os sistemas sempre estáveis e saudáveis.
Como implementar controles internos?
Neste tópico, vamos trabalhar com algumas dicas práticas de como implementar controles internos para compliance na tecnologia da informação, controle de riscos e eficiência interna.
Elaborar políticas e planos
Uma das recomendações é a criação de políticas de segurança e um plano de conformidade. Com um programa de adaptação, a gestão garante uma forma de documentar as preocupações e os passos para alcançar o nível desejado de compliance.
Assim, cada membro entenderá o que precisa fazer para ajudar nesse objetivo. O plano pode incluir códigos de conduta com as regras bem definidas para que as pessoas saibam o que devem seguir.
Ou seja, é bom traduzir as normas para uma forma clara de comunicação, a fim de alinhar os times e obter sucesso nesse processo. Já as políticas devem incluir boas práticas de proteção e segurança, bem como cuidado com os dados para seguir as definições do gerenciamento dos riscos.
Realizar inventários
Da mesma forma, é interessante utilizar inventários para garantir uma visão mais ampla acerca de todos os sistemas da empresa. Esse relatório deve incluir os dispositivos IoT, os softwares e hardwares, de modo a ajudar a companhia na gestão e controle deles.
Assim, será viável manter todos os equipamentos em dia, com atualizações e manutenções. Com isso, os gestores se tornam capazes de manter conformidade com leis de segurança, com a administração da saúde de seus sistemas, de licenças e de outras questões.
Um exemplo do que acontece quando há falta de um inventário é a negligência no controle da vida útil de um ativo. Isso deixa a companhia despreparada em caso de paradas que incorrem em instabilidade e, até mesmo, comprometem a segurança.
Capacitar os membros
O treinamento de todos os funcionários é muito importante. Por isso, não deixe de investir na capacitação dos colaboradores com relação às leis gerais que vigoram sobre a empresa e à necessidade de conformidade e de gestão dos riscos. É fundamental que eles estejam alinhados e preparados para abraçar essa missão e priorizar a segurança da TI.
Usar relatórios
Os relatórios sobre o processo de compliance e controle de incertezas são outra dica essencial. Eles ajudam a gerar visibilidade sobre as etapas e garantem o acompanhamento do que está acontecendo devidamente.
Nesse sentido, também vale a pena destacar a importância do monitoramento da adaptação e da gestão dos riscos, sempre com levantamento de pontos que devem ser ajustados para melhoria contínua dos processos.
Identificar riscos
Como já falamos, a identificação das ameaças é um passo que não pode ser negligenciado. É imprescindível que a liderança consiga se organizar para explorar todos os possíveis riscos a que a empresa está submetida, a fim de analisar, avaliar e monitorar essas incertezas. Isso também vale para os erros de conformidade em todas as áreas relevantes.
Implantar canais de comunicação
Implantar canais de comunicação é outra boa dica. Eles devem ser usados para denúncias acerca de pontos que não estão dentro dos conformes e brechas na adaptação. Isso vai reforçar que compliance é um esforço de grupo, de todos envolvidos com a missão.
Alinhar fornecedores e parceiros
É importante, também, garantir o alinhamento de fornecedores e parceiros no controle dos riscos e na adaptação às normas. Afinal, eles estão ligados ao uso dos dados e sistemas, bem como participam dos processos da companhia.
Assim, é preciso assegurar que eles saibam as suas obrigações, abracem esse processo e se organizem para obedecer às políticas estabelecidas.
Qual é a importância de uma consultoria?
Diante de tudo o que já falamos, fica claro que a gestão de riscos e controle de compliance são tarefas complexas e onerosas. Requerem análise de dados, expertise sobre as diversas normas existentes, capacidade de predizer cenários, entre outros fatores. Por isso, uma solução interessante é contar com o apoio de uma consultoria especializada no assunto.
A consultoria vai oferecer know how sobre o tema, bem como o apoio de colaboradores experientes, que vão ajudar a sua empresa no levantamento das estratégias adequadas para essas demandas.
Além disso, o apoio ajudará na identificação das tecnologias ideais, a fim de lidar com o monitoramento, analytics e gerenciamento dos possíveis perigos. É sempre possível contar com as tecnologias mais modernas e robustas.
A ajuda da parceira vai contribuir para que a equipe interna não seja sobrecarregada, assim como cooperar com o aumento da precisão nas atividades voltadas para a segurança. Além disso, o time externo vai ajudar com treinamentos específicos para combater dúvidas e preparar os seus colaboradores.
Gestão de riscos e compliance envolvem um cuidado global da organização com seus processos e dados. Com um trabalho voltado para prevenção e proatividade, a empresa consegue antecipar os principais problemas e garantir uma administração eficiente e segura, adaptada a normas gerais e prevenção de ameaças e incertezas. O resultado é maior segurança, estabilidade e lucratividade.
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