O termo blockchain tem aparecido cada vez mais na imprensa brasileira e mundial. Uma das razões para esse interesse é que o uso da tecnologia se expandiu, chegando ao mercado financeiro, ao setor de saúde e até mesmo à comercialização de obras de arte.
Contudo, muitas pessoas ainda não sabem a definição exata do termo — e a diferença em relação a outro termo bastante popular, bitcoin. Para desfazer essa dúvida e falar dos usos atuais e do potencial do blockchain, preparamos este artigo. Boa leitura!
O que é blockchain?
O blockchain (na tradução em português, “cadeia em blocos”) é um sistema de registros de transações que tem ganhado cada vez mais espaço na indústria pela praticidade. É também o principal sistema pelo qual o bitcoin e outras criptomoedas são negociadas.
Os registros do blockchain funcionam por meio de blocos de transações protegidas e otimizadas por criptografia. Eles são conectados uns aos outros e não podem ser modificados após a verificação da transação. Desse modo, a sua segurança é um dos aspectos mais elogiados pelos especialistas.
Outro ponto importante é que não existe apenas um blockchain, uma cadeia única de registros. Uma moeda como o bitcoin utiliza uma rede de registros, já o ethereum usa outra, e por aí vai.
Algo que todos os blockchains têm em comum é a capacidade de rastrear, monitorar e registrar qualquer tipo de valor. Isso inclui não apenas as transações financeiras, mas também elementos como:
- escrituras de imóveis;
- ações da bolsa de valores;
- identidades digitais;
- dados de cadeias de suprimentos;
- gestão de dados.
O bitcoin tem sido observado de perto ou já colocado em prática por instituições financeiras e bancárias, por exemplo. Isso porque a tecnologia é capaz de gerar uma economia expressiva, pela eficiência operacional que a rede de registros promove em relação aos processos de confirmação e autenticação dos negócios.
Qual a relação entre blockchain e criptomoedas?
Muitas pessoas ainda confundem blockchain com bitcoin — ou acreditam que a rede de registros só funciona quando há alguma criptomoeda envolvida. No entanto, a utilização se expandiu muito com os anos.
Em primeiro lugar, desfaçamos a confusão: blockchain é a tecnologia que registra informações e transações. Já o bitcoin é uma das criptomoedas mais famosas, cujos negócios utilizam a tecnologia do blockchain para viabilizar negócios entre os usuários.
No começo, o blockchain realmente era a cadeia que possibilitava a mobilidade dos bitcoins. Não à toa, a primeira menção ao termo ocorre em 2008, no artigo acadêmico “Bitcoin: um sistema eletrônico financeiro peer-to-peer”, publicado por Satoshi Nakamoto, o suposto criador da criptomoeda mais conhecida.
Isso porque ninguém realmente sabe quem é Satoshi Nakamoto — não dá para saber nem se esse é realmente seu nome verdadeiro. Ainda assim, seu legado para o universo das criptomoedas e do blockchain é inegável.
Contudo, conforme a comunidade foi estudando cada vez mais a tecnologia, o blockchain demonstrou um potencial bem maior do que simplesmente servir de um meio exclusivo para que as criptomoedas sejam transferidas.
Para se ter uma ideia da independência do blockchain, a estimativa é que o mercado global das diversas aplicações da tecnologia movimente cerca de US$ 20 bilhões em receita até 2024.
NFT (non-fungible token)
Os ativos digitais conhecidos como NFTs funcionam por meio certificados de autenticidade digital de determinada obra. Assim, pinturas, games, livros e até memes têm sido comercializados por meio do formato.
O NFT é capaz de transformar qualquer arquivo digital em uma obra única e insubstituível. Você pode estar se perguntando: qual é a relação desses tokens com o blockchain? É simples: a transação desses ativos é registrada por meio dessa tecnologia de registro, por causa da sua segurança e da sua agilidade.
Como o blockchain tem sido aplicado no mercado?
O mais interessante é que o blockchain já tem sido utilizado efetivamente no mercado. Vamos conhecer alguns exemplos de aplicações.
Sistemas de pagamentos internacionais
Em vez de necessitar de intermediários em diferentes regiões, a utilização do blockchain proporciona a criação de uma rede integrada para garantir a compensação dos usuários em tempo real.
Nesse sentido, a IBM desenvolveu a ferramenta IBM Blockchain World Wire, que possibilita a liquidação de transações em tempo recorde, por meio do uso e do repasse de ativos digitais.
Registros de saúde
Com a capacidade de funcionar além das funções mais simples de um banco de dados convencional, o blockchain também pode ser utilizado para registrar dados de diversos setores — e um deles é o de saúde.
Um exemplo é a Anthem, uma companhia de seguros norte-americana que começou a usar o blockchain no fim de 2019 para garantir aos seus pacientes o acesso seguro e otimizado às informações médicas que eles buscavam.
Rastreio de materiais
A BMW, fabricante alemã de veículos, também conta com um programa piloto de blockchain para rastrear insumos e componentes em toda a cadeia de produção. A tecnologia também é utilizada para rastrear determinados eventos na vida de um automóvel e até para conectar veículos de modo que eles compartilhem informações, como velocidade e localização.
Monitoramento de doações
Um braço da Organização das Nações Unidas (ONU) tem apostado na tecnologia como uma forma de rastrear as doações. Assim, o órgão garante que elas realmente cheguem aos seus destinatários e não sejam desviados ou utilizados por criminosos.
Além disso, a entidade internacional consegue monitorar se ocorreu duplicidade no envio, o que faria com que determinadas famílias recebessem o dobro de alimentos e outras não desfrutassem de nada.
O Brasil já conta com mais de 180 startups dedicadas a serviços de blockchain, o que demonstra que já existe um grande mercado para a tecnologia no país. Recentemente, empresas como Mercado Livre e Nubank anunciaram que estão investindo em criptomoedas próprias.
Como você acompanhou no artigo, o blockchain chegou definitivamente para ficar. A sua versatilidade, a segurança promovida e o crescimento junto ao universo das criptomoedas explicam a ascensão dessa tecnologia e o seu alcance global.
Seu uso vai muito além das aplicações financeiras. Como o blockchain já está presente no mercado brasileiro, pode ser a ferramenta de inovação que faltava para que uma empresa se estabeleça de vez no segmento em que atua.
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